Como calcular o período fértil
Uma das expressões mais usadas e ouvidas pelas mulheres a respeito do seu sistema reprodutivo ao longo da vida é ‘período fértil’. Praticamente todo mundo sabe o que é, incluindo os homens, mas poucas pessoas conhecem com riqueza de detalhes como ele acontece, quais são as alterações do corpo da mulher que proporcionam esse fenômeno e, principalmente, como se faz para calcular esse período. Compilamos abaixo algumas informações que podem aprimorar o seu conhecimento sobre o assunto e, principalmente, ajudar quem deseja engravidar naturalmente.
O que é o período fértil?
Na prática, o período fértil é o nome dado para a fase do ciclo menstrual em que as mulheres têm maior chance de engravidar. Explicando de forma mais detalhada, o que acontece é que durante esse período, que dura aproximadamente entre seis e sete dias, o óvulo maduro sai do ovário para as trompas e vai em direção ao útero. Durante essa jornada, e ainda na porção inicial da trompa (ampola), ele pode ser fertilizado por um espermatozóide, dando início a uma gravidez.
Portanto, o período fértil que termina em uma gestação é a conjugação de duas situações ideais: a presença do óvulo na ampola da trompa (ovulação e captação do óvulo pela trompa) e a chegada de espermatozóides na trompa (relação sexual e colo uterino com muco receptivo para permitir passagem dos espermatozóides).
Ponto importante: cuidado com a ansiedade. Conhecer o período fértil pode ajudar quem quer engravidar de forma natural, mas não é garantia de uma gestação. Da mesma forma, o fato de pensar não estar no período fértil não significa que a mulher não tenha chances de engravidar, isso porque a mulher pode ovular em períodos de dias diferentes em cada ciclo, principalmente quando a ansiedade está atuando. Por isso, o conceito conhecido como ‘tabelinha’, baseado no cálculo do período fértil, não pode ser considerado como método anticoncepcional eficiente, em quem tem ciclos que variam muito em intervalo entre os fluxos menstruais.
Como calcular o período fértil?
O cálculo se baseia em um ciclo regular com duração média de 28 dias. Dentro dele, o período menstrual acontece geralmente de três a oito dias. Sendo assim, para descobrir o período fértil, a mulher precisa contar 14 dias a partir do primeiro dia da menstruação, para depois acrescentar três dias antes e três dias depois dessa data, em caso de ciclos menstruais com intervalos de 28 dias.
Parece complicado, mas não é. Vamos dar um exemplo para ficar mais fácil de compreender. Se o primeiro dia da menstruação de uma mulher foi em 1º de outubro, nesta data se deu o início do seu ciclo. Isso significa que no dia 14 de outubro ela terá uma ovulação. Ao identificar três dias antes e três depois, é possível concluir que o período fértil acontece no período dos dias 11 até 17 de outubro (11,12,13,14,15,16 e 17).
É importante lembrar que algumas mulheres podem ter um ciclo irregular, com a menstruação ocorrendo em intervalos de tempo que podem variar a cada mês. Para esses casos, vale a pena procurar um ginecologista e acompanhar se essa irregularidade é normal ou pode ser fruto de algum problema no sistema reprodutivo.
O período fértil tem sintomas?
Outros métodos para identificar o período fértil
Além dos sintomas que algumas mulheres sentem, há inúmeros métodos atualmente que podem ajudar a identificar o dia da ovulação. Entre os mais básicos e ao alcance das mãos está o calendário, que já foi mencionado aqui. É claro, vale ressaltar, que os métodos só vão funcionar se a mulher tiver um ciclo regular.
Para aquelas mulheres que possuem um ciclo irregular e não conseguem saber quando ovulam, há a possibilidade de realizar testes de ovulação. Assim como os testes de gravidez, eles também são rápidos e práticos e dão o resultado através do contato com a urina.
Outra forma de identificar a ovulação é por ultrassonografia. Nesse caso, o processo é realizado, principalmente, por mulheres que estão fazendo algum tratamento de reprodução assistida para engravidar. Entre eles, a relação sexual ou coito programado.
O que é o coito programado?
O coito programado, também conhecido como relação sexual programada, representa um tratamento de baixa complexidade em reprodução assistida. Após realizar exames para diagnóstico, os médicos indicam esse procedimento como a primeira opção para tratar a infertilidade. Na maioria dos casos, especialistas recomendam o coito programado para casais onde a mulher tem trompas normais e o parceiro possui sêmen também normal, buscando otimizar o momento da relação.
O tratamento basicamente envolve o acompanhamento detalhado do ciclo menstrual da mulher, monitorando a ovulação por meio de exames de ultrassom. Em algumas situações menos comuns, é possível utilizar a detecção do aumento do nível do hormônio da ovulação na urina e, em casos mais raros, no sangue.
Durante o período ovulatório, e de preferência com a confirmação da presença do muco cervical na mulher, os médicos orientam o casal a ter relações sexuais com maior frequência. Em situações específicas, os médicos podem prescrever medicamentos para estimular os ovários, permitindo um maior controle e precisão na identificação do dia fértil.
Toda mulher tem período fértil?
Há diversas situações que impedem que a mulher vivencie o seu período fértil. Esse é o caso de quem usa pílulas anticoncepcionais, por exemplo, e evidentemente também vale para aquelas que já estão na menopausa. Outras situações onde a mulher pode não ovular regularmente estão nos quadros de ovário policístico ou outros distúrbios hormonais.
Mitos sobre o período fértil
Entre correntes de WhatsApp e endereços na web sem compromisso com a informação, é possível achar algumas afirmações que não condizem com a realidade ou que não representam a verdade absoluta.
Mito 1 – ‘Há um dia infalível do mês para engravidar’
Cada mulher tem suas peculiaridades físicas e hormonais e ninguém tem 100% de chance de engravidar em um único dia em específico.
Mito 2 – ‘Usar a tabelinha é um método contraceptivo 100% seguro’
Usar a tabelinha como método contraceptivo não é totalmente eficaz, principalmente porque muitas mulheres têm o ciclo menstrual irregular, com período de ovulação que pode variar a cada mês.
Mito 3 – ‘Tomar anticoncepcional por muito tempo pode causar infertilidade’
Não há qualquer estudo que suporte essa tese de que as pílulas causem problemas de infertilidade na mulher, após a interrupção de seu uso. Caso ela não tenha algum outro sintoma que possa torná-la infértil, geralmente a mulher está apta para engravidar dentro de algumas semanas após interromper o anticoncepcional.
Conhecer o período fértil e programar as relações sexuais para esses momentos é o primeiro passo para quem procura engravidar. Mas, se suas tentativas somam entre 6 a 12 meses é aconselhável o acompanhamento de um especialistas.